21 de jun. de 2013

PRECAUÇÕES


Era incerto. Chovia e a estrada não parava. Um tanto vazio até. O sereno doía. As luzes amareladas das cidades vibravam nos muros antigos e apagados das esquinas por onde passava. Tudo era confuso. Típicas ilusões. Um tiro no escuro. Mais uma madrugada de caminhadas silenciosas. 

- Ah, se vocês soubessem! – Imaginava. 

Ela começava a não querer os dias comuns, que sem dúvidas, eram arrogantes. Fiquei por algum tempo deitado de cabeça para baixo na cama. Há tempos que não praticava esse tipo de viagem. Era curta. Incomodava minha coluna. Todas aquelas noites começavam a tomar algum tipo de rumo qualquer. Ficava meio estranho tropeçar. 

Cinco minutos depois e lá estava tudo de volta no seu devido lugar. As gavetas continuavam bagunçadas. Nos armários vazios ainda habitava poeira. Não tive a coragem de limpar os rastros. A tua saída foi vagarosa, assim como a minha lentidão em perceber isso. O chão estava limpo. Eu precisava pisar em algo. Era um mito. Um curta qualquer. 

(Matheus Carneiro)

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