26 de mai. de 2013

CHUVISCOS


Andei pensando em toda aquela importância de se saber compreender. Duvidei de como seria adormecer em dias chuvosos com ventanias serenas causadas pela diversão natural. Ficava sentado e me custava às horas naquela janela gelada. O violão ficara exausto por conta de sua velhice. Na verdade, já fazia algum tempo desde que tinha ficado surdo.

A vizinhança era atenta. O pessoal da rua vivia mantendo os olhares em mentes que não eram suas. Eu não me importava com o que a maioria amava. Me sentia quieto, apesar de nunca ter sido. Essa estranhes me causava pânico. Nada estava acorrentado, e muito pelo contrário, fazia sentido até. O final de tarde trazia sempre presentes. A vida moldava as regras do jogo.

Era monótono. Há séculos nada se movia. Os anos passaram e não existia instabilidade. Era incrível tais capacidades. Me sentei novamente naquele mármore branco, gelado. Sentia muita dor de cabeça e estava estressado. Não era um bom dia para conversas, e muito menos para turbulências. Começava a chover e as gotas pingavam nos meus pés sujos de lama. “Só mais uma noite.” – pensei.

Não sabia a fonte do erro e muito menos os desejos. Essa era a mente da qual eu tinha afeição, e que por sinal, mantinha distância em curtos intervalos de tempo. Ela não sabia, ou, se fazia. Não gostava de incômodos. Era muita baboseira pra uma noite só. Meus olhos cansados e falidos observavam o céu e o telhado antigo das casas. O céu cinzento de outono não cooperava, e muito menos lembrar da palidez de tuas palavras. 

(Matheus Carneiro)

Um comentário :

  1. Oii, Matheus!
    Ah, nem preciso dizer que eu adorei esse texto né? rs. Já disse várias vezes, mas você tem um talento único! *-*

    Beijos!

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